Quando se trata de planejar um orçamento hospitalar anual, gerentes de materiais provavelmente pensam primeiro sobre itens grandes em sua lista de desejos, como despesas e compras de equipamentos — e não nos consumíveis e acessórios clínicos que dão suporte a eles.
Entretanto, os consumíveis e acessórios clínicos contribuem para o bom funcionamento de equipamentos e serviços de saúde que salvam vidas. O custo total de propriedade (TCO - total cost of ownership) destes equipamentos considera não somente a máquina em si, mas os itens da linha de orçamento para todos os custos relacionados que vêm com ele, incluindo acessórios e peças importantes.
Vamos olhar mais de perto para o TCO em um orçamento hospitalar para o próximo ano fiscal.
Explorando o Custo Total de Propriedade
O conceito de TCO encoraja os encarregados pelos materiais a pensar de forma holística sobre o quanto será gasto durante a vida útil de um equipamento. Além de manutenção e atualizações, novas tecnologias vêm com outros “custos suaves”,1 como educação e treinamento de funcionários do hospital que precisam utilizar o equipamento.
Em geral, o TCO se resume aos seguintes componentes:
- Custo de aquisição. Quanto custou comprar o equipamento? Isso inclui o pagamento inicial — o preço antes dos impostos, mas depois de quaisquer descontos ou custos de fechamento.
- Custo de operação. Quanto custa colocar o equipamento em uso? Isso inclui custos recorrentes como atualizações do produto e serviços de suporte.
- Custo de pessoal. Quanto custa manter o equipamento funcionando? Isso inclui custos de funcionários administrativos e pessoal de suporte.
Na prática, a divisão de cada uma dessas categorias varia; entretanto, consumíveis e componentes adicionais são um dos custos de operação mais comuns (mas comumente ignorados). Eles podem impactar de forma significativa o TCO de uma compra. Um exemplo é o monitoramento de Dióxido de Carbono (CO2): este mecanismo confirma intubação traqueal e reconhece intubações esofágicas acidentais, dentre outros benefícios de segurança para os pacientes — apesar de agora ser um padrão de tratamento, o custo incremental do monitoramento de CO2 nem sempre foi um item de orçamento de rotina para hospitais comprando monitores. Reconhecendo a natureza vital de monitorar o CO2 exalado, agências regulatórias como a American Society for Anesthesia e a American Heart Association recomendaram expandir seu uso.
Entretanto, o monitoramento de CO2 exalado ainda é subutilizado, provavelmente devido em parte ao fardo do custo.2 Junto com a compra de um monitor separado ou ventilador padrão do leito, o TCO do monitoramento de CO2 envolve compras repetidas desses consumíveis:
- Sensores
- Adaptador de via aérea
- Cabos diversos
Os sensores utilizados para monitoramento de CO2 muitas vezes são danificados durante a conexão e desconexão, manuseio e monitoramento. Eles também carregam um risco de contaminação devido a secreções do paciente. Finalmente, o custo incremental do monitoramento de CO2 ultrapassa muito a compra única de monitor.
Dicas para Otimizar as Compras de Consumíveis
Acessórios como sensores de monitoramento de CO2, coletores de água e instrumentos cirúrgicos descartáveis exigem compras repetidas sempre que o estoque estiver acabando. Portanto, pode ser difícil prever no início de um ano de orçamento quanto alocar para essa categoria de TCO. Ademais, a COVID-19 provou que os hospitais realmente não podem saber o que está por vir ou o que pode causar um pico na demanda de determinados suprimentos, como equipamentos de proteção individual e outros acessórios de uso único.
Isso cria um alvo móvel para orçamentos; estas são algumas formas de os gerentes de materiais acertarem o alvo.
Custos de armazém menores com programas de consignação
Programas de consignação3 permitem que as organizações de saúde retenham estoque de itens específicos para cumprir com suas necessidades imediatas sem incorrer no custo de comprar o item até que ele seja efetivamente utilizado. Não apenas o fornecedor é dono dos suprimentos até a unidade de saúde os utilizar, mas também mantém os suprimentos em um armazém ou centro de operações escolhido pelo hospital.
Programas de consignação podem oferecer custos menores, uma vez que os hospitais pagam somente pelo que precisam, em vez de fazer pedidos grandes e não utilizar tudo. Se ocorrer uma escassez, o armazém ou centro de operações selecionado pelo hospital provavelmente está perto com estoque em excesso, evitando a necessidade de envios de emergência e aumentando a velocidade do reabastecimento.
Pergunte sobre descontos em caso de pedidos grandes
Não são só os consumíveis e suprimentos de saúde que enfrentam o desafio de custos; itens do dia a dia como luvas e aventais cirúrgicos que são usados rapidamente podem justificar um desconto de pedido grande ou em massa. É melhor que os responsáveis pelos materiais abordem os vendedores de quem compram com mais frequência para discutir descontos para pedidos em massa; os vendedores podem ser mais suscetíveis a dar descontos para clientes regulares.
Como os Consumíveis Impactam o Padrão de Tratamento
Além de serem importantes para a execução do diagnóstico ou tratamento, os consumíveis e acessórios clínicos impactam o conforto e satisfação do paciente4. Itens de alto volume e baixo custo, como braçadeiras de pressão arterial e tubos de IV muitas vezes entram em contato próximo ou direto com os pacientes dia após dia. É imperativo que eles sejam duráveis, seguros, confiáveis e da mais alta qualidade.
As organizações de saúde não dependem somente de equipamentos; acessórios médicos também desempenham um papel importante em manter as operações diárias funcionando bem. Os Hospitais não podem se dar ao luxo de esquecer esse tipo de produto em seu orçamento anual. Enquanto nem todas as necessidades ficam aparentes com antecedência, um planejamento minucioso e financiamento adequado podem dar aos clínicos a melhor fundação possível no ano seguinte.
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Referências:
[2] https://aimeairway.ca/uploads/articles/73.pdf
[3] https://www.jhconline.com/a-time-and-a-place.html
