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Dúvidas frequentes sobre os exames de rotina e a pandemia do coronavírus

O Outubro Rosa ressalta a importância da prevenção, do apoio e do incentivo às mulheres.

 

Todos os anos, milhares de mulheres são incentivadas a fazerem seus check ups anuais. Muitas, paralisadas pelo medo de descobrirem algo ou pela correria do dia a dia, acabam postergando seus exames. E essa é uma atitude que pode ser fatal, afinal, a maioria das doenças quando detectadas em sua fase inicial traz maior probabilidade de cura - e isso é verdade para uma pneumonia, um problema ginecológico ou um câncer de mama.

 

Neste ano, a pandemia do coronavírus trouxe uma dificuldade a mais nessa equação. Pensando em uma forma de tranquilizar as mulheres e tirar dúvidas frequentes sobre os exames de rotina, a GE Healthcare conduziu uma entrevista com a Dra. Paula Morgensztern Struziato, ginecologista e orientadora na rede dr.consulta. Confira a seguir: 

 

GE Healthcare: Fazer o check-up no período da pandemia é seguro?

Dra. Paula Struziato: Sim, é seguro, desde que sigam as recomendações de segurança durante toda a pandemia. A paciente deve evitar se expor a exames de rotina se estiver com suspeita da Covid-19, mantendo o período de isolamento domiciliar recomendado por seu médico. Sem suspeitas ou confirmação de contaminação atual de Covid-19, pode realizar seu check-up anual normalmente.

 

GE: Como era fazer um exame antes e como é agora? E o que as clínicas têm feito para minimizar os efeitos da Covid-19?

Dra.P.S: Anteriormente, tínhamos medidas de segurança com recomendações básicas. Atualmente, já na recepção das unidades do dr.consulta, por exemplo, realizamos uma pré triagem dos pacientes com suspeita de Covid-19 e os separamos em áreas reservadas; mantemos o distanciamento demarcado entre os pacientes que aguardam a realização dos exames de rotina, procedimentos e consultas; oferecemos álcool em gel a 70% e máscaras de proteção aos pacientes. Todos os funcionários, médicos e colaboradores utilizam os equipamentos de proteção em todo centro médico.

 

GE: Como a paciente deve se preparar para fazer um exame hoje, durante a pandemia? Quais são as recomendações dos órgãos de saúde?

Dra. P.S: Enquanto a pandemia durar, a paciente deve utilizar máscara de proteção que cubra boca e nariz, e não apresentar sinais de gripe (ex: febre, tosse); a paciente deve ter cuidado com a higienização das mãos, evitar acompanhantes desnecessários e dar preferência para locais com menor potencial de contaminação, como clínicas e laboratórios, no lugar de hospitais.

 

GE: Por que a mulher deve fazer seus exames regularmente? Uma vez ao ano é suficiente?

Dra. P.S: Grande parte das doenças ginecológicas graves são evitáveis. Uma consulta anual de rotina ao ginecologista, na grande maioria das vezes, é suficiente para fazer uma boa análise da sua saúde. Caso apareçam sintomas, deve-se procurar o médico novamente.

 

GE: E sobre possíveis sintomas, quais os mais recorrentes em mulheres que desenvolvem câncer de mama? E câncer de colo do útero?

Dra. P.S: Nódulo palpável em mama e sangramento vaginal após relação sexual são os principais sinais de alerta para câncer de mama e de colo do útero, respectivamente. Quando eles aparecem, a doença pode estar mais avançada, além de poder existir outros sinais e sintomas que variam de paciente para paciente. Por isso, exames de rotina são tão importantes. Importante lembrar que na dúvida, sempre deve-se procurar a avaliação de um ginecologista para ser examinada. 

 

GE: Qual deve ser a conduta do médico ao comunicar uma notícia dessas?

Dra. P.S: Empatia sempre! Nesse momento difícil, a abordagem inicial é de extrema importância e cautela. Carinho, paciência, explicações sobre todas as opções de tratamento, possibilidades de cura, sequelas... Por isso, incentivamos a aproximação dos familiares no processo. Essas podem ser medidas para amenizar o trauma do diagnóstico. Se “colocar no lugar do outro“ faz toda a diferença.

 

GE: E o que você recomenda para as mulheres que descobriram algum problema recentemente?

Dra. P.S: Não enfrente o problema sozinha. Procure ajuda no seu meio social, busque apoio na família e amigos. Quem se preocupa com você, com certeza, vai querer te ajudar e você vai descobrir que isso também é muito importante. Se tiver condições, o acompanhamento com um psicólogo/ terapeuta também pode ajudar muito no processo.

 

GE: Quais as porcentagens da chance de cura se a doença for identificada em fase inicial?

Dra. P.S: Quando diagnosticado em fase inicial, o câncer tem chance de cura de aproximadamente 80%, dependendo de cada tipo e local. Para o câncer de mama, algumas pesquisas afirmam que há possibilidade de até 90% de cura se detectado em fase inicial.

 

GE: E o papel da tecnologia e novos modelos de serviço de atendimento neste contexto de prevenção?

Dra. P.S: A tecnologia está a favor da mulher, no momento atual. Temos vários exames de rastreamento (ex. mamografia digital, papanicolau etc.) que são muito adequados para identificar a maioria das lesões pré malignas e malignas em fase inicial, melhorando o tratamento e aumentando os índices de cura. 

 

GE: O medo é o pior inimigo da mulher?

Dra. P.S: Sim, o medo é o pior e grande inimigo da mulher. Quando a paciente adia a consulta ou exame, por medo de um resultado ruim, ela dificulta o diagnóstico precoce e diminui as chances de iniciar o tratamento e o problema pode evoluir para algo mais grave. Pedir ajuda a um amigo, um familiar para lhe acompanhar durante esse processo, pode ajudar a ter forças para encarar o problema de frente. A mulher tem uma força que muitas vezes desconhece.

 

 

Dra. Paula Morgensztern Struziato, CRM-SP 96790, é ginecologista e obstetra e atende na rede dr.consulta.