Ressonância Magnética está transformando a detecção do câncer de próstata

Ressonância Magnética está transformando a detecção do câncer de próstata

No Brasil, o câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre os homens, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Atualmente, de acordo as pesquisas do Dr. Alexandre Borges, novos métodos de diagnóstico podem ser menos invasivos e mais eficazes, trazendo esperança para o enfrentamento dessa doença.


O câncer de próstata é uma condição de grande relevância em saúde masculina, sendo o segundo tipo mais comum entre os homens, representando 10,2% dos casos no Brasil, logo atrás do câncer de pele não-melanoma. Como este tipo de câncer muitas vezes se desenvolve silenciosamente, o diagnóstico precoce se torna uma questão fundamental: de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e do Ministério da Saúde, a estimativa aponta para cerca de 72 mil novos casos por ano até 2025. Essa estatística serve como um chamado para a conscientização sobre a importância da detecção precoce e do acompanhamento médico regular, visando uma melhor qualidade de vida e um prognóstico mais favorável aos pacientes.

O diagnóstico e tratamento do câncer de próstata têm passado por uma revolução nas últimas décadas e o Brasil tem um pioneiro neste campo: o Dr. Alexandre Borges, que, no início dos anos 2000, começou a realizar pesquisas sobre a utilização da ressonância magnética na análise desta doença.

Antigamente, a abordagem padrão para o câncer de próstata era bastante radical, com a maioria dos pacientes submetida a tratamentos invasivos. No entanto, a evolução dos métodos de diagnóstico – incluindo a ressonância magnética e estudos realizados nas últimas décadas – permitiram uma classificação mais precisa do grau da doença (que vai de 1 a 5, sendo o 1 o mais leve e 5, o mais agressivo) e a indicação ao paciente de uma eventual necessidade de seguir adiante, com biópsia e possível tratamento.

Hoje, graças aos avanços da medicina, pacientes com câncer de próstata do "grupo 1" muitas vezes não precisam de tratamento agressivo – o que evita as sérias consequências associadas a tratamentos radicais, como impotência e incontinência urinária.

“A ressonância magnética desempenha um papel fundamental nesse cenário. Ela ajuda a identificar com segurança quem não precisa fazer biópsias de próstata, eliminando o diagnóstico de cânceres clinicamente insignificantes. Quando a ressonância indica uma área suspeita, a biópsia pode ser realizada de forma mais precisa, fornecendo dados essenciais para determinar o melhor tratamento, que pode incluir a remoção da próstata ou radioterapia”, explica o Dr. Alexandre. 

Portanto, a realização deste procedimento tem três papéis principais: primeiro, identificar quem não precisa de biópsia; segundo, apontar a área que requer biópsia; terceiro, observar a lesão suspeita, determinando se ela está contida na próstata ou se já se espalhou para outras áreas. É importante ressaltar, que quando diagnosticado no estágio inicial, as chances de cura do câncer de próstata chegam a 90%.

No entanto, o aumento da demanda por ressonâncias magnéticas para análises dessas lesões trouxe desafios, o que levou o Dr. Alexandre a desenvolver em parceria com a GE HealthCare estudos e métodos inovadores. Um exemplo é o protocolo ultrarrápido, no qual exploramos a tecnologia deste equipamento ao máximo para procurar encurtar o tempo do exame sem comprometer a qualidade do diagnóstico e das imagens.

 

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A criação deste protocolo possibilitou a avaliação da próstata em até cinco minutos, graças ao uso do AIR Recon DL, inteligência artificial com deep learning da GE HealthCare, que produz do imagens de alta resolução, proporcionando ao médico e ao paciente a tranquilidade de obter dados mais precisos para tomar decisões mais assertivas. 

A ressonância magnética da próstata não deve ser vista como um exame isolado, mas como parte de um conjunto de medidas de prevenção. Assim como as mulheres fazem exames ginecológicos regularmente, os homens devem realizar exames anuais, incluindo o toque retal e o exame de PSA, para detectar possíveis sinais da doença. Este exame entra em cena quando há suspeita de câncer, seja devido a alterações nos exames anteriores ou por histórico familiar.

“As mulheres têm uma cultura mais forte de cuidados preventivos em relação ao câncer de mama, enquanto o câncer de próstata muitas vezes permanece um assunto tabu.  É crucial compreender que o diagnóstico precoce é a peça-chave para a cura e para preservar a qualidade de vida. Encontrar a solução para o câncer de próstata reside inteiramente na detecção precoce, um objetivo que pode ser alcançado por meio de exames preventivos anuais. Comece com o exame de toque retal e o teste de PSA, e, quando necessário, faça a ressonância magnética. É importante lembrar que todo esse avanço tecnológico já está disponível no nosso país, pronto para facilitar o diagnóstico precoce e preservar a qualidade de vida. A decisão de agendar uma consulta e realizar esses exames está nas mãos de cada homem. Cuidar da sua saúde é a melhor decisão que você pode tomar.”, finaliza Dr. Alexandre Borges.

 

*O Dr. Alexandre Borges, médico radiologista, é fellow em ressonância magnética na próstata na Universidade da Califórnia, em São Francisco, chefe do serviço de radiologia da Próton Diagnósticos do Centro Médico de Campinas e coordenador da radiologia da Santa Casa de Vinhedo